quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"O Velho Lázarus"

Não se atrasem...
Está a chegar...
Não se preocupem...
Ele deve estar a chegar.

Chegou...
O velho chegou da sua longa viagem...
Vocês vão gostar das histórias que ele me contou.
Todas elas demonstram que a vida é feita de coragem.

O velho Lázarus pensava ser um homem.
O velho Lázarus achava ser um homem...
Mas toda a sua longa viagem.
Foi feita no último trem...

Atravessou caminhos estreitos onde janelas de velhas casas
pareciam olhos fixantes.
Estava paralizado nas suas asas.
E tudo que ouvia eram as suas respirações ofegantes...

Pobre Lázarus morreu sem saber que era anjo.
Pois viveu toda sua vida como um marmanjo.
Taparam-lhe os olhos com vendas de prata.
Mas não é disso que a sua morte se trata...

Os contos?
Não preciso de os contar...
Vocês mesmo podem imaginar.

Como?
Imaginem um pássaro sem asas querer voar.
Que só depois de descolar, percebe que não tem forma de aterrar.

"P´Rá Queles"


Agradeço àqueles que comigo aprenderam.
E àqueles que nesta vida me acompanharam...
A Noite já acabou,o Dia está escuro e não há outra solução.
Mas sou um ser em revolução.

Amo muito, confio pouco, estou sempre em evolução.
Mas passo todos os caminhos que não sofrem qualquer mutação.
Sou um pobre rapaz em revolução.
Não me encontro num estado de auto-solidão.

Peço àqueles que pensam que estou em decadência.
Que tenham um pouco de paciência.
Não estou a morrer, estou a curar-me.
Podem não compreender mas tentem escutar-me...

A minha vida é um grande autocarro.
Onde vou sempre em pé.
Pois embora não pareça ainda tenho fé...
Que me deixem de cuspir como um escarro.

Compreendam que não estou em negação.
Sou apenas um rapaz em revolução...
Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Nesse tempo viajo imenso, do Céu, ao Inferno.

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domingo, 6 de fevereiro de 2011

"Amor de Um a Dez"

Pega na minha mão e anda comigo.
Um, dois, três sê o meu abrigo.
Anda lá, tu és tão bonita.
Pega na minha mão e acredita.

Quatro, cinco, seis...
Quero que sejas minha antes que te deixe escapar.
Tens uns olhos tão profundos e viáveis.
Que eu não estou a tentar tentar.

Sete,oito, nove...
Pega na minha mão e segue-me.
Rápido antes que alguém nos incomode.

Pareces tão agradavél que eu quero-te fazer minha.
Vamos começar com isso?
Pareces-me tão bem que quero-te pôr agarradinha.
Ou serás tu demais para o meu cortiço?

Dez...
Vou ter de pedir outra vez?
Gosto de ti e isso é o bastante.
Para te garantir um futuro emocionante.

Contar de um a dez é como amar-te.
Em tão pouco tempo digo tudo o que me vai na alma.
Mas quando chega ao dez e não posso tocar-te.
Quer dizer que não me adianta ter calma.

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